domingo, 28 de fevereiro de 2021

Ruínas do Prazo, o Machu Picchu português

 



Provavelmente, nunca terá ouvido falar das Ruínas romanas de Prazo, em Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa. Trata-se de um dos mais interessantes e bem preservados locais com vestígios de uma antiga vila romana. A sua envolvência e a enorme quantidade de vestígios arqueológicos faz com que muitos apelidem este local de Machu Picchu português.

 


A comparação é notoriamente exagerada mas, mesmo assim, consegue dar uma ideia sobre aquilo que aqui pode encontrar e sobre a riqueza da arqueologia deste fantástico local.

 


 

A comparação é notoriamente exagerada mas, mesmo assim, consegue dar uma ideia sobre aquilo que aqui pode encontrar e sobre a riqueza da arqueologia deste fantástico local.

 

O local tem multiplicidade de ocupações desde do neolítico antigo e provavelmente de períodos anteriores, até à idade média; vestígios do templo paleocristão bem conservados; 22 sepulturas com ossadas de diferentes épocas; uma “estela antropomórfica” de grandes dimensões, podendo o seu aproveitamento reportar-se ao Neolítico, assim como um imponente Menir. A presença de uma casa senhorial e da zona balnear testemunham a importância desta “Villa Senhorial Romana”.

 



No perímetro urbano da freguesia de Freixo de Numão pode visitar o Museu Da Casa Grande, instalado num belo Solar Barroco (segunda metade do séc. XVIII), com mostras significativas de Arqueologia e Etnologia. No quintal anexo, ruínas romanas, medievais e modernas, tendo ainda ali sido recolhidos materiais da Idade do Ferro.

Imponente, como sítio arqueológico mas também como miradouro, é o Castelo Velho, onde campanhas sucessivas de escavação têm permitido estudar um povoado dos III e II milénios A.C. (Idades do Cobre e do Bronze). Povoado fortificado ou apenas sítio monumentalizado, questões que os investigadores hoje colocam quanto às funções de tão ancestral símbolo da presença humana na região.

 


  

Vestígios importantes do Calcolítico, podemos igualmente encontrá-los nos abrigos do Vale Ferreiro e da Painova. No entanto, é no sítio do Prazo que valiosos vestígios do Neolítico Antigo estão agora a começar a ser postos a descoberto. Outros sítios elevados como o Alto dos Barreiros, Alto de Santa Eufémia, lugar Do Castelo de Freixo de Numão, têm-nos surpreendido com achados que vão do Calcolítico à Idade do Ferro!

Vestígios de um grande vicus ou até mesmo de uma provável civitas, jazem debaixo de casas e ruas da zona antiga da freguesia. Referência (através de achados epigráficos) a deuses e deusas como Juno, lovi (Júpiter), Lares, Breaegui, Turocicis favorecem as suspeitas da existência dessa civitas!

Em bom estado de conservação encontra-se o troço de 500 metros de calçada romana no lugar de Regadas, bem como uma lagareta cavada na rocha, ferraria e provável Mutatio. No sítio do Laranjal, um conjunto de quatro lagaretas cavadas na rocha quererão dizer-nos da importância de todo aquele vale, na era dos imperadores, no que toca à produção vinícola.

Da Alta e Baixa Idade Média, os vestígios mais significativos encontramo-los na Igreja Medieval do Prazo. Variados tipos de sepulturas, infra e extra-muros da “velha igreja”, quererão indicar-nos tempos diferentes, rituais distintos executados por homens de diferentes épocas. Cerca de quatro dezenas de esqueletos foram exumados e encontram-se em fase de estudo.

No fundo das Regadas pode ainda apreciar um raro exemplar de Moinho de Cubo com a data de 1715. A juntar a este valioso património arqueológico, um riquíssimo património natural, onde sobressai a Reserva Florística da Mela, O Forno-Anta da Colodreira, as quedas de água do Pontão das Três Bocas. Por tudo isto, a zona de Freixo de Numão (antiga S. Pedro de Freixo) merece a nossa e vossa visita.

 

 

Fonte: daqui

Lenda das Obras de Santa Engrácia

 


Portugal é um país extremamente rico em estórias e mitos antigos que inspiram costumes e superstições. São às centenas as lendas portuguesas, contos, ditos e crenças populares que fazem da nossa cultura tão rica e interessante. De lobisomens a fadas, bruxas a sereias, fantasmas e almas-penadas a milagres de santos, não há criatura que o nosso folclore não inclua….



Lenda das Obras de Santa Engrácia



Simão Pires, um cristão novo, cavalgava todos os dias até ao convento de Santa Clara para se encontrar às escondidas com Violante. A jovem tinha sido feita noviça à força por vontade do seu pai fidalgo que não estava de acordo com o seu amor. 

Um dia, Simão pediu à sua amada para fugir com ele, dando-lhe um dia para decidir. No dia seguinte, Simão foi acordado pelos homens do rei que o vinham prender acusando-o do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia que ficava perto do convento. Para não prejudicar Violante, Simão não revelou a razão porque tinha sido visto no local. 

Apesar de invocar a sua inocência foi preso e condenado à morte na fogueira que se realizaria junto da nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado. Quando as labaredas envolveram o corpo de Simão, este gritou que era tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem. 

Os anos passaram e a freira Violante foi um dia chamada a assistir aos últimos momentos de um ladrão que tinha pedido a sua presença. Revelou-lhe que tinha sido ele o ladrão das relíquias e sabendo da relação secreta dos jovens, tinha incriminado Simão. Pedia-lhe agora o perdão que Violante lhe concedeu. 

Entretanto, um facto singular acontecia: as obras da igreja iniciadas à época da execução de Simão pareciam nunca mais ter fim. De tal forma que o povo se habitou a comparar tudo aquilo que não mais acaba às obras de Santa Engrácia.

 

As Mantas de Terroso – Tecelagem caseira

 


É a mais modesta expressão da tecelagem. As mantas e os tapetes de trapo são feitos com trapos cortados em finas tiras que se unem por nós ou alinhavos. As peças são tecidas em teares manuais tradicionais e podem ser lisas ou com "puxados". A arte da combinação das cores contribui para a valorização da peça. A maioria das tecedeiras mantêm esta actividade em  Terroso.

 


 
De homens para mulheres e crianças

Primitivamente a indústria era dos homens, passou a ser emprego de mulheres e crianças; e do seu primitivo centro irradiou para freguesias próximas, como sejam as de Amorim, Beiriz e Laúndos do concelho de Póvoa de Varzim, de Rio Mau, do de Vila do Conde e outros, isto pelos casamentos das tecedeiras com homens das mesmas freguesias.

Às crianças era reservada a separação do trapo, dobagem do algodão, etc., e às mulheres o corte do trapo, urdidura e tecelagem.

Às mulheres chamam manteiras. Propriamente no fabrico de mantas empregam-se em Terroso, entre adultos e crianças, 300 pessoas, havendo 70 teares em funcionamento.

A produção anual era de 25.000 mantas.

Nós de Marinheiro de Matosinhos - Artesanato português

 


Os pescadores e marinheiros executa com cordas uma grande variedade de nós. Entre eles estão a "Costura ou Mãozinha" (para amarrar o barco ao cais), o "Nó de Escota Dobrado"(ou nó fiel do pescador), o "Nó Torto"(usado para fazer redes), ou o "Nó de Botija" (substitue a roldana no mastro do barco). São muitos os marinheiros que nesta região - Matosinhos, Leixões e Vila do Conde - se dedicam a este género de artesanato, utilizado em barcos de pesca e redes ou, simplesmente, como decoração.

 


 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Praia da Arrifana - Aljezur

 


Localizada na pequena povoação piscatória da Arrifana, esta praia insere-se numa zona de elevada importância ecológica e rara beleza natural, desenvolvendo-se num areal com mais de meio quilómetro de extensão. Protegida por altas arribas xistosas, forma uma espécie de pequena baía, sendo por isso a praia menos batida pelo vento e pela forte rebentação das ondas.

 

 

No topo sul desta praia marca presença uma negra e enorme rocha vertical no mar, a fazer lembrar uma estátua gigantesca, aqui denominada de “Pedra da Agulha”, que se tornou um ícone da costa sudoeste. Nas arribas que envolvem a praia, encontram-se habitats prioritários, como formações de Cistus palhinhae em charneca marítima, espécie de flora com estatuto de ameaça vulnerável e endemismo ibérico. 

Estas arribas constituem também zona de nidificação para diversas espécies de avifauna, sendo uma das espécies mais comuns a Cegonha-branca (Ciconia ciconia). Em situação única no mundo, é aqui que encontramos os seus ninhos sobre as arribas marítimas ou em rochedos junto à costa - os palheirões.A norte da praia, junto à Fortaleza da Arrifana desfruta-se das mais belas panorâmicas da Costa Vicentina.

 

 

Mais a norte, na Ponta da Atalaia, famosa pelos seus percebes, existem vestígios do maior Ribat muçulmano da Península Ibérica, um convento-fortaleza de grande valor arqueológico. É considerada excelente para a prática de desportos náuticos, como o mergulho, o surf ou o bodyboard, sendo muito procurada para a prática destas duas últimas modalidades. A época do surf começa assim que termina a época estival, tornando-se num paraíso para os surfistas.

 

Na povoação da Arrifana, que se desenvolve ao longo da encosta, existem apoios como restaurantes e cafés, onde é possível degustar a gastronomia local, onde o peixe sempre fresco está presente, assim como os mariscos desta costa, como os tão apreciados percebes.

Galardões: Bandeira Azul

 Como Chegar: Tal como para a Praia do Monte Clérigo, siga a sinalização que encontra à direita a escassos metros após a saída sul da vila de Aljezur. No final da subida, volte à esquerda para a Praia da Arrifana.Coordenadas GPS: 37°17'39.45"N 8°51'58.53"W.

 

Acesso: Fácil (um acesso faz-se pela rampa e o outro através de escadas em madeira).

Infraestruturas e Serviços de Apoio: Instalações sanitárias; parque de estacionamento antes da descida para a praia; bar/restaurante; telefone; recolha de resíduos; recolha selectiva.

Praia Vigiada: Sim (durante a época balnear).

Rota Vicentina: Caminho Histórico Aljezur > Arrifana e Arrifana > Carrapateira.




Fonte https://cm-aljezur.pt


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Praia da Lagoa de Albufeira | Paisagens naturais

 


Separada do mar pelas enormes dunas, situadas no extremo sul do areal de quilómetros que tem início na Costa da Caparica, a Lagoa de Albufeira, rodeada de pinhais, possui águas tranquilas, ideais para as crianças e para a prática de windsurf, vela e kitesurf.

Alimentada pela água do mar, a renovação das águas da Lagoa faz-se através de um pequeno canal onde se formam por vezes correntes perigosas. Do lado do mar, encontra-se uma praia de areia mais grossa e com ondulação forte, excelente para a prática de surf e bodyboard.

 

 


 Notas:

 

Temperatura média da agua no verão (ºC)
: 17-19 ºC 


Bandeira Azul

Segurança ou Vigilância

Aluguer de embarcações ligeiras

Duches

Parque de estacionamento

Bar

Restaurante

 

Tapetes de Beiriz

 


Os Tapetes de Beiriz são uma forma de artesanato tradicional da Póvoa do Varzim.

São manufacturados em teares de madeira. Os tapetes de lãs cortadas, são trabalhados nos pontos que os tornaram célebres (ponto de Beiriz, ponto estrela e ponto zagal), apresentam desenhos originais com flores como tema predominante. Este incrível tapete tem como característica única o facto do seu desenho poder ser visto pelo avesso. 

 


A história do tapete de Beiriz remonta a um passado relativamente recente. Data do início do século XX e foi ideia de Hilda d'Almeida Brandão Rodrigues Miranda, nascida em 1892 e falecida em 1949. Constituiu uma fábrica em Beiriz em conjunto com uma ajudante. Começaram a produção da tapeçaria e foram enriquecendo com o ponto por elas inventado, o "nó de Beiriz", que se tornaria famoso, após a sua morte, a fábrica passa para a mão de familiares mas acaba por falir em 1974.

 




Mais tarde, em 1988, um casal, José Ferreira e Heidi Hannamann Ferreira, recomeçam a produção destes tapetes, recrutando as artesãs da antiga fábrica.


 

São tapetes notáveis premiados e com demanda nacional e internacional, levando a que os preços oscilem entre 160 a 250 euros por metro quadrado. Os tapetes de Beiriz decoram o Palácio Real dos Países Baixos e edíficios públicos portugueses. O Teatro de São Carlos, em Lisboa, orgulha-se de possuir uma excelente colecção destes tapetes. Um, não, dois desses tapetes podem observar-se no Salão Nobre.


Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém. Este tapete foi feito há cerca de 10 anos após um período de fabrico, que se prolongou por 3 meses. A inspiração vem dum antigo tapete existente no palácio. Tem cerca de 6 metros de largura e é totalmente feito em lã.


 


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

D. João V...Um Rei Português obcecada por uma freira

 


Os escândalos do rei D. João V, o Mulherengo (1689-1750)




O monarca, que governou numa época de abundância económica para Portugal, teve filhos de três freiras do Convento de Odivelas

É provavelmente o Rei mais conhecido pelas suas relações extraconjugais. E de todas as amantes, a mais famosa terá sido a madre Paula Silva, uma jovem morena, freira do Convento de Odivelas, para quem D. João V mandou construir aposentos sumptuosos, com tectos em talha dourada, onde era servida por nove criadas. Segundo o livro Amantes dos Reis de Portugal, de Paula Lourenço, Ana Cristina Pereira e Joana Troni, as camas eram de dossel, forradas com lâmina de prata e rodeadas de veludos vermelhos e dourados, e os jarros onde urinava eram de prata.

Ao longo dos 10 anos que durou esta relação, o Rei deu-lhe um rendimento anual de 1708$000 réis, segundo o livro As Amantes de D. João V, de Alberto Pimentel. Mas apenas podia ir para Odivelas ter relações com a freira quando o médico do paço o autorizava.

Em 1720, quando a madre Paula tinha 19 anos, deu à luz Gaspar, que era já o quarto filho bastardo do Monarca. O primeiro tinha nascido já após o casamento com D. Maria Ana de Áustria e era filho da sua primeira namorada, D. Filipa de Noronha, irmã do marquês de Cascais, seduzida quando D. João tinha apenas 15 anos.

 

O romance de D. João V e Madre paula, foi adaptado a uma série televisiva

 

 Rei D. João V teve os cognomes de “O Magnânimo” e “O Rei-Sol Português”, e alguns historiadores recordam-no também como O Freirático. “O Magnânimo”, dada a generosidade com que abriu mão de enormes fortunas, tanto para engrandecer a coroa como para satisfazer os seus caprichos pessoais. Além de monumentos como o Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres, que ainda hoje recordam o seu nome, gastou os proventos do Império na Guerra da Sucessão de Espanha, na batalha do Cabo Matapan contra os turcos, e na obtenção do Patriarcado para Lisboa, que incluiu a célebre embaixada ao papa Clemente XI, em 1716.

 


 
“O Rei-Sol Português”, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado. Diz Veríssimo Serrão em «História de Portugal» que «era senhor de uma vasta cultura, bebida na infância com os padres Francisco da Cruz, João Seco e Luís Gonzaga, todos da Companhia de Jesus. Falava línguas, conhecia os autores clássicos e modernos, tinha boa cultura literária e científica e amava a música. Para a sua educação teria contribuído a própria mãe, que o educou e aos irmãos nas práticas religiosas e no pendor literário.»

 

 

 Segundo o historiador Oliveira Martins, “D. João V perdia a cabeça por todas as mulheres, mas a sua verdadeira paixão estava em Odivelas, no ninho da madre Paula”. A verdade é que nesse tempo a vocação era uma das últimas razões para as mulheres irem para freiras e as visitas aos conventos faziam parte da etiqueta social.

 



O convívio proporcionava intimidade, os relacionamentos amorosos eram conhecidos e, desde que praticados com discrição, aceites. Era frequente um nobre “ter” a “sua” freira, com quem se correspondia, a quem visitava no convento onde se trocavam presentes – muitas vezes poemas por doces conventuais (ainda hoje têm fama a marmelada de Odivelas e o pudim da madre Paula) – e onde as celas se transformavam em alcovas.

 



O exagero dessa prática, denunciada – com objectivos opostos – por moralistas e libertinos, tomou-se escandaloso. Odivelas era um local assiduamente frequentado pela nobreza da corte na época em que Paula se tornou freira, e não faltariam, portanto, oportunidades para D. João V e os titulares que o rodeavam se deslocarem ao local.

Terá sido por esta altura que começaram os encontros entre o rei e Paula Teresa da Silva, uma vez que D. José de Bragança nasce, em Lisboa, no dia 8 de Setembro de 1720. Sobre a forma como se conheceram, existem versões sem grande credibilidade.

 

O Paço Real de D.Dinis no Mosteiro de Odivelas.Foi demolido nos anos 20 do século XX durante as grandes obras. (Foto SIPA).  

 



Da relação com a madre Paula ressalta uma enorme riqueza gasta para transformar uma modesta cela conventual em aposentos dignos de uma rainha. O Palácio Pimenta, ao Campo Grande, onde hoje está instalado o Museu da Cidade de Lisboa, foi mandado construir por D. João V para a mesma amante.

Os relatos que corriam na corte sobre o luxo da madre Paula, as suas mobílias preciosas, as roupas e as jóias impressionaram o viajante suíço César de Saussure, que referiu a ligação do rei e da freira no livro sobre a sua visita a Portugal, em 1730.

Mas D. João V teve outros filhos ilegítimos: 


António, filho de uma francesa de nome desconhecido, mas que, segundo outros historiadores, seria filho de D. Luísa Inês Antónia Machado Monteiro. Doutorou-se em Teologia e veio a ser cavaleiro da Ordem de Cristo.
Gaspar, filho de uma religiosa, D. Madalena Máxima de Miranda (Madalena Máxima da Silva Miranda Henriques). Veio a ser arcebispo primaz de Braga.

Estes dois, juntamente com D. José, filho da religiosa madre Paula de Odivelas (Paula Teresa da Silva), e que exerceu o cargo de Inquisidor-mor, ficaram conhecidos pelos “Meninos de Palhavã”.

A expressão deriva do facto de terem habitado no palácio do marquês de Louriçal, na zona de Palhavã, na altura arredores de Lisboa mas que hoje se situa em plena cidade (o edifício – denominado Palácio da Azambuja – é hoje a Embaixada de Espanha em Lisboa, ou “Palácio dos Meninos de Palhavã”). Receberam educação em Santa Cruz de Coimbra sob o preceptorado de Frei Gaspar da Encarnação para se fazerem religiosos



 

Semi-clandestinos, semi-escandalosos, os amores ilícitos de D. João V produziram, além dos “Meninos de Palhavã”, D. Maria Rita, que não foi reconhecida, e acabou por ir para… freira. Era filha de D. Luísa Clara de Portugal, que passou à história com o cognome da sua casa: a Flor da Murta.

Madre Paula sobreviveu 35 anos ao amante, sempre tratada com a maior consideração. No século XX, o convento de Odivelas foi transformado em colégio feminino, para as filhas de oficiais das Forças Armadas.

 


 



A obsessão de D. João V pelo sexo levou-o ao uso descontrolado de afrodisíacos, designadamente cantáridas, que lhe minaram a saúde e apressaram a morte. O Rei faleceu em 31 de Julho de 1750 após quase meio século de governo. Jaz no Panteão dos Braganças, ao lado da esposa, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.

 

Adaptado: daqui

Aldeia histórica de Castelo Novo

 


Em plena alma da Serra da Gardunha, numa paisagem em anfiteatro natural, em tons de verde e cinza, descobrimos Castelo Novo, envolto numa aura de misticismo. Aqui, sentimos algo de fascinante, que nos envolve e harmoniza. Tudo nos inspira, tudo nos cativa, desde o som da água que brota das fontes ao granito perpetuado que ergue a aldeia e talha o casario, as calçadas, as praças. Todo um património arquitetónico único.

 



Castelo Novo começou por pertencer aos extensos territórios doados pelos monarcas portugueses à Ordem dos Templários, depois Ordem de Cristo, para, em terras da Beira promoverem e assegurarem a posse dos domínios conquistados aos muçulmanos no séc. XIII. Com D. Manuel I, já na centúria de Quinhentos, recebe foral, encontrando-se bem testemunhada a intervenção deste rei no património arquitetónico da antiga vila. A estrutura de ocupação do espaço é assim caracteristicamente medieval, sendo significativas as intervenções do período Manuelino (séc. XVI) e Barroco (séc. XVIII). Constituem disto exemplo, o invulgar conjunto arquitetónico do Largo do Pelourinho:Casa da Câmara e Cadeia e Pelourinho, da época Manuelina; e Chafariz D. João V, do período Barroco.

O Castelo, implantado a 650 m de altitude, constitui um ponto evidente de organização do povoado. Pela encosta da Serra da Gardunha estendeu-se a povoação, desprovida de cerca mas ao abrigo da estrutura fortificada dos Templários.

 


 
A antiga vila surge assim inscrita num perímetro de configuração circular, evoluindo a mancha construída para Sul, Este e Oeste. A estrutura urbanística oferece um aspeto labiríntico. A irregularidade dos quarteirões, de dimensões e formas variáveis, as ruas de horizontes limitados, descrevendo traçados sinuosos, as travessas a atalhar caminhos, as escadas públicas a vencer desníveis e os inúmeros recantos e desacertos criados pelo difícil alinhamento das fachadas, são características comuns a outros espaços urbanísticos medievais.

 



No espaço construído de Castelo Novo dominam, largamente, as edificações destinadas à habitação. A casa tradicional, de granito e sem reboco, apresenta planta retangular com dois pisos, com o térreo destinado à loja e o superior à habitação. O acesso faz-se pelo exterior, através de escadas que terminam em patamar simples ou balcão lajeado.
Exceção nesta paisagem urbana constituem os edifícios de natureza pública e religiosa, bem como a habitação de proprietários mais abastados, distinguindo-se quer pelos materiais utilizados quer pela conceção arquitetónica e investimento decorativo. O Largo da Bica conserva alguns destes exemplos, como as Casas Falcão, Correia Sampaio e D. Luís J. Correia, edificadas, respetivamente, no séc. XVII, XVIII e XIX/XX. Outros testemunhos se encontram pela antiga vila de Castelo Novo, como a Casa da Cerca, presumivelmente do séc. XVI, a Casa na Rua de Nossa Sra. das Graças, do séc. XVII, e o Solar da Família Gamboa, este já da centúria de setecentos. No panorama da arquitetura religiosa salientam-se, naturalmente, a Capela de Santo António, a Igreja da Misericórdia e a Igreja Matriz, com datas de construção atribuídas, respetivamente, aos séculos XVI, XVII e XVIII. Excluindo outros edifícios mais evidentes, como o Castelo ou a Casa da Câmara e Cadeia, sobressaem ainda os chafarizes, um deles dando inclusivamente o nome a um largo.

 







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domingo, 21 de fevereiro de 2021

Praia do Malhão: Espírito selvagem

 

 

Entre Vila Nova de Milfontes e Porto Covo, a Praia do Malhão conquista as preferências de muitos veraneantes que optam pela privacidade do seu extenso areal.

 


Junto a Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, a Praia do Malhão - também conhecida como Praia das Galés - é um daqueles refúgios de tranquilidade alentejanos onde apetece ficar. Maior do que as suas vizinhas, é uma bonita praia situada numa falésia que se apresenta em todo o seu esplendor selvagem.

Tranquila e rodeada da mais pura paisagem, a Praia do Malhão tem diversas rochas emblemáticas espalhadas pelo vasto areal.

 





 

Fotos@https://cincodecadavez.blogs.sapo.pt

Boca do Inferno | Cascais

 

 

A Boca do Inferno constitui um dos miradouros mais emblemáticos de Cascais. O nome atribuído a este local deve-se à sua morfologia e ao impacto das vagas altas que aí se fazem sentir no Inverno. A Boca do Inferno terá sido uma antiga gruta, estando uma gigantesca caldeira, ligada ao mar por um arco, através do qual as ondas forçam a passagem. Com características únicas, é local de lazer, onde se pode desfrutar de uma paisagem divina e magníficos pôr-do-sol. Junto a este miradouro o visitante encontra um restaurante, uma cafetaria e algumas lojas de venda de produtos regionais

 


 

 


Av. Rei Humberto II de Itália 642

2750 , Cascais