Entre os canais labirínticos do sapal que compõe a Ria Formosa, existem
habitantes incomuns que tornam este sistema lagunar num dos locais mais
curiosos do mundo: os cavalos-marinhos.
Com cerca de 60 quilómetros de comprimento, o Parque Natural da Ria Formosa é casa para milhares de animais desta espécie marinha, que vivem despercebidos entre a flora aquática.
No início do século, estimava-se que houvesse mais de 1,3 milhões de
cavalos-marinhos nestas águas algarvias, tornando-a numa das maiores
comunidades existentes do mundo.
Porém, ao longo dos últimos anos, estudos indicam que esta rondará hoje
os cerca de 155 mil. Sendo animais lentos e sedentários, esta espécie
tem como maiores ameaças a pesca ilegal através de arrasto de vara,
muito usada para a captura do caboz, do choco ou do linguado, a dragagem
dos canais e o aumento da circulação de embarcações de recreio na ria,
algo que altera o habitat em que vivem.
Conhecer os cavalos-marinhos algarvios
Na Ria Formosa existem duas espécies de cavalos-marinhos: os Hippocampus hippocampus e os Hippocampus guttlatus,
estes últimos em maior expressão. Todos podem variar de cor, dependendo
da altura de desenvolvimento em que se encontram e porque estes
pequenos animais tendencialmente se camuflam com o ambiente que os
rodeia.
Mas basta um mergulho de snorkeling
e um olhar atento para os detetar, na maioria das vezes com as caudas
enroladas em ervas marinhas ou no fundo composto por areia e conchas.
Existem algumas empresas de atividades que efetuam estes mergulhos na
zona de Olhão. Mas antes de reservar, certifique-se que a mesma conta
com colaboradores certificados, nomeadamente biólogos, e que o passeio é
apenas de observação e não envolve o manuseamento dos animais, de modo a
contribuir para o seu bem-estar e preservação.
Saiba algumas curiosidades
Antes de ir, fique com alguns factos que certamente vão despertar a sua curiosidade sobre estes animais aquáticos:
— Os cavalos-marinhos pertencem à mesma família dos dragões-marinhos,
existindo 37 espécies conhecidas. Todas elas começam o seu nome
científico por “Hippocampus”, uma derivação do grego “Hippos” (cavalo) e "Kampi" (monstro marinho);
— Nesta espécie animal quem engravida e dá à luz é o macho;
— Ao longo do ciclo reprodutor, macho e fêmea mantêm uma relação monogâmica, enveredando em danças todas as manhãs;
— No casal de cavalos-marinhos, se um dos parceiros desaparece, o outro
pode parar de se reproduzir durante um largo período de tempo.
Fonte: daqui
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