Antigamente eram passagem diária de comboios rumo a Paris. Agora, os carris abandonados do Douro dão corpo à Rota dos Túneis.
Caminhar ao longo de 17 quilómetros por túneis e pontes com mais de 30 metros de altura. Esta é a arrebatadora proposta da Rota dos Túneis, uma antiga linha de comboio e um extraordinário exemplo de engenharia, que ligava Porto a Paris e que está abandonada desde 1985
A Rota dos Túneis localiza-se na Beira Alta, junto à fronteira espanhola, num percurso entre a estação portuguesa de Barca d’Alva até à estação espanhola de la Fregeneda. O percurso pode ser prolongado em território português, ao longo do Rio Douro até ao Pocinho, que é o ponto final da circulação ferroviária da linha do Douro.
Ao longo dos 17 quilómetros de trilho, realizado sempre pela linha férrea abandonada, irá passar por 8 pontes, 4 pontões e 20 túneis. Atente ao percurso completo.
Logo quando inicia o seu caminho pela Rota dos Túneis, encontra o primeiro obstáculo, dado que o acesso está travado por portões grandes em ferro. Terá que apelar à imaginação para se colocar a caminho.
A primeira parte do troço é feita quase sempre às escuras, pelo que é fundamental ir munido de lanternas e de baterias extra. Pode ainda dar de caras com um ou outro morcego, mas não se assuste. As históricas maléficas sobre estes animais são manifestamente exageradas.
Lembre-se, também, de que vai caminhar por pontes que não oferecem qualquer segurança aparente. No entanto, as recentes reestruturações permitiram tornar tudo mais seguro, para que possa aventurar-se ainda que com algumas precauções, como caminhar pelo meio da própria linha do comboio. Já as zonas laterais podem oferecer alguns perigos. Convém ir com todo o cuidado.
Atente às distâncias a percorrer por entre túneis e pontes, sendo que o restante percurso além deste é feito ao ar livre:
Túnel 1: 1,590km em La Fregeneda – Espanha;
Ponte de Pigallo, 4 metros;
Túnel 2: 32 metros;
Túnel 3: 400 metros;
Ponte 1: Ponte de Morgados, 100 metros de comprimento e 30 metros de altura;
Túnel 4: 100 metros;
Ponte 2: Poyo Rubio 130 metros de comprimento e 30 metros de altura;
Túnel 5: 20 metros;
Túnel 6: 400 metros;
Ponte 3: Ponte de la curva, 60 metros de comprimento e 20 metros de altura;
Túnel 7: 100 metros;
Túnel 8: 30 metros;
Túnel 9: 50 metros;
Túnel 10: 20 a 30 metros;
Ponte pequena: 3 a 4 metros, sem corrimão;
Túnel 11: 50 metros;
Túnel 12: 200 metros;
Ponte 4: Ponte de Arroyo del lugar, 250 metros de comprimento e 30 metros de altura;
Túnel 13: 200 metros;
Túnel 14: 100 metros;
Túnel 15: 50 metros;
Ponte 5: Ponte de los Poyos 200 metros;
Túnel 16: 400 metros;
Ponte 6: Ponte de los riscos, 100 metros de comprimento e 30 a 40 metros de altura;
Túnel 17: 300 metros;
Túnel 18: 40 metros;
Ponte 7: Ponte de las almas, 220 metros;
Túnel 19: 20 metros;
Túnel 20: 300 a 400 metros;
Ponte 8: Ponte internacional sobre o rio Águeda, entrada em Portugal;
Chegada a Barca d’Alva: Fim do trilho.
Como chegar à Rota dos Túneis
Se for de carro, tanto pode ir para Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, como para La Fregeneda em Espanha.
O acesso português é bastante fácil. Todavia o mesmo não acontece com o acesso espanhol. Nesse caso, deverá dirigir-se à atual estação de La Fregeneda, que fica a cerca de 4 quilómetros da povoação e a mais 3,5 quilómetros do ponto de partida da Rota dos Túneis. Qualquer local saberá informá-lo sobre o acesso, pois não existem, atualmente, quaisquer indicações.
No final da Rota dos Túneis, quando chegar a Barca d’Alva pode regressar de táxi ao ponto de partida, numa viagem que poderá
rondar os 25 a 30€.
Dicas úteis para quem visita a Rota dos Túneis
Para que este percurso seja feito da forma mais tranquila possível, atente às dicas que temos para si:
-Viajar numa altura de temperatura amena;
-Comece o percurso bem cedo de manhã;
-Levar água congelada, para ter sempre água fresca ao longo do percurso;
-Levar grandes quantidades, já que não tem forma de reabastecer no meio do percurso;
-Levar comida suficiente;
-Levar lanternas e bateria extra;
-Levar calçado adequado para trilhos;
-Colocar protetor solar e levar chapéu;
-Não fazer o trilho sozinho;
-Levar máquina fotográfica para registar todos os momentos e bonitas paisagens;
-Caminhar sempre pelo meio das linhas de caminho de ferro;
-Ter especial cuidado a atravessar as pontas. Algumas podem ser contornadas;
-Se sofrer de vertigens, não faça este percurso;
-Não haverá rede móvel na maior parte do trilho. É uma aventura inesquecível, que pressupõe alguns cuidados, mas que vale muito a pena. Se acha que se poderá perder, deve atentar ao lado direito dos túneis, pois encontram-se numerados e assim poderá saber sempre em que parte do percurso está.
Fotos:ROTA DOS TÚNEIS/FACEBOOK
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